twitter twitter twitter twitter twitter

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Sobre a reunião de segunda-feira




Na última segunda-feira, dia 28 de junho, uma reunião entre docentes e coordenação do ensino superior do IELUSC foi chamada em caráter de urgência. O encontro não diferiu muito da reunião do colegiado realizada no dia 19 de junho. A reunião foi utilizada para oficializar demissões, como a da Coordenadora Sônia Santos, do curso de Publicidade e Propaganda, e orientar professores sobre as novas “diretrizes” da instituição. De acordo com os relatos dos professores presentes, não houve, sequer, um profundo debate sobre a situação do ensino. Os poucos docentes que se manifestaram esbarraram em uma interação fria composta de uma ordem trabalhista hierárquica e mercantilista.

Ainda de acordo com a visão de alguns professores, a presença do corpo docente nesta reunião foi motivada muito mais pela preocupação com os discentes do que pela burocracia institucional. Leandro Otto, coordenador geral do ensino superior, relatou que há 12 anos o curso foi criado através de um investimento de aproximadamente dois milhões de reais. Durante todo este tempo, a administração do ensino superior foi auxiliada por empresas terceirizadas, como a Fundação Dom Cabral. Leandro Otto afirmou que o investimento ainda não foi revertido, logo, os cortes fazem parte de uma série de sugestões da Fundação Dom Cabral. Sobre a demissão de Sônia Santos, Leandro explicou que a possibilidade de uma única coordenação para os dois cursos já havia sido cogitada na época em que Pedro Ramirez se desligou da faculdade (final 2007) e, depois, na saída do Silnei (em 2009). De acordo com os docentes, nestes dois momentos ainda foi possível segurar, explicou Leandro, mas agora, tornou-se inviável. No lugar da coordenação, a Direção decidiu colocar um "assessor" (André Scalco), que possa responder por questões mais específicas do Curso de PP, que ficará submetido ao Professor Silvio Melatti.

Ainda sobre a reunião, o coordenador Leandro tentou desqualificar o debate proposto pelos acadêmicos na última reunião de colegiado, realizada no dia 19 de junho. Alguns professores não aceitaram essa desvalorização, já que, muito além de clientes, todos os acadêmicos envolvidos na discussão são pessoas conscientes e preocupadas com a crise do IELUSC. Durante a reunião os professores colocaram-se, uns de forma mais moderada, outros poucos de forma mais contundente, sobre a necessidade da faculdade manter a qualidade do curso. A grande preocupação dos docentes é como manter a qualidade com os cortes realizados. Por exemplo: como prosseguir com projetos de laboratórios, pesquisa e de extensão com as cargas horárias destinadas aos núcleos reduzidas significativamente? Outra constatação dos professores se refere é um clima de insegurança e "acuamento", diante de tudo o que aconteceu. Por outro lado, ainda existem professores otimistas, dispostos a batalhar na superação da crise.

Professores, que tinham 40 horas aula, tiveram seu trabalho reduzido para cerca de 20 horas. A maioria dos profissionais que moravam fora da cidade foram demitidos. Os primeiros profissionais cotados para sair foram os titulados com doutorado, atitude respectivamente elaborada a partir da folha salarial dos mesmos. Os cortes não pararam no corpo docente. As zeladoras tiveram sua insalubridade retirada da folha de pagamento. Até as impressões dos contratos de matrícula passaram a ser bancadas pelos acadêmicos (atitude incoerente, já que a prestadora de serviços é a própria instituição).

Além das demissões e diminuição na carga horária, os docentes também foram surpreendidos com o corte salarial destinado a preparação de aulas. Professores já sofrem para planejar aulas nos pequenos horários pagos para tal atividade. Agora, sem nenhum investimento para esse planejamento, com que qualidade o ensino será instalado nesse segundo semestre? Um observação comum nesta reunião de segunda-feira, foi a impossibilidade de responder com qualidade a grade curricular proposta pelo curso. Tanto decentes, como coordenadores, entenderam que o ensino será seriamente prejudicado. Depois de todos os relatos negativos oficializados, Leandro Otto informou que a crise pode ser contornada, com a possibilidade de alguns cortes serem revertidos, mas isso só acontecerá se a expectativa do equilíbrio se cumprir.

Um relato preocupante dos professores revelou a atual postura da faculdade: "E quem não estiver satisfeito com esta realidade, que se retire!", comentou Leandro. Como estabelecer um diálogo teórico com um fundamente destes? É explícita a indisposição para conversa por parte da Direção. Também foi informado que, caso a situação financeira não melhore, o vestibular de 2011 do IELUSC poderá não acontecer para o curso de Comunicação. Além desta preocupação, foi relatado que dificilmente o curso voltaria a ser oferecido caso seja temporariamente fechado para as novas matrículas. A situação é semelhante ao histórico dos cursos de Turismo e Educação Física, também fechados por ordens administrativas.

De acordo com os professores, a maior preocupação com todos estes cortes se dá justamente pela falta de debate sobre o tema. Os investimentos pararam, mas os cortes continuam e, em maio a este caos, a direção ainda está exigindo que os professores se dediquem e ajudem a instituição a procurar soluções para os problemas. Estas soluções deveriam ter sido desenvolvidas anteriormente às demissões. Projetos para a elaboração de uma Pós-Graduação apresentados em 2005/2006 foram negados pela Direção. A única lógica que move o IELUSC atualmente é a tecnicista. Parece que a administração quer formar a maior quantidade de alunos, no menor tempo possível, garantido assim, o retorno do investimento de 1998.

Obs.: A Direção ainda não respondeu a carta do DACS.

1 comentários:

Jean Rio Negrinho disse...

Lamentável, é tudo que se pode dizer de tal situação.

8 de julho de 2010 às 13:37

Postar um comentário